6 de maio de 2011

Estudo diz que ingerir gorduras após ataque cardíaco pode ser benéfico





Resultados de um estudo conduzido por uma Universidade em Ohio comprovaram que diminuir a ingestão de gorduras após o órgão sofrer uma falha pode, inclusive, ser prejudicial à saúde.



A crença generalizada de que pessoas com problemas de coração precisariam diminuir e até eliminar completamente o consumo de gordura pode ter sido desmentida nesta quarta-feira (4) por médicos pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Case Western Reserve, em Ohio, nos EUA. Os resultados de um estudo conduzido pela doutora Margaret Chandler comprovaram que diminuir a ingestão de gorduras pode, inclusive, ser prejudicial à saúde. 

“Isso significa que agora posso sair e comer um Big Mac logo após sofrer um ataque cardíaco?”, diz a doutora. “Não. Mas os tratamentos que agem na manutenção dos níveis metabólicos normais do coração podem ser vantajosos.” 

O estudo mostrou que cobaias animais com problemas cardíacos submetidos a uma dieta com níveis absolutamente normais de ingestão de gorduras desenvolveram, ao contrário do que se pensava, um coração mais forte, com maior capacidade de bombear sangue e com mais resistência à insulina. 

Em pacientes saudáveis, o coração funciona à base de carboidratos e gorduras para poder bater e bombear sangue o tempo todo. As gorduras, em específico, oferecem grande quantidade de energia para o órgão. A pesquisa observou que uma dieta balanceada contendo tanto gorduras mono quanto poliinsaturadas é benéfica à pessoa que tenha problemas de coração. 

A pesquisa também observou que, após uma falha, o coração parece preferir usar a glicose como combustível para continuar a bombear sangue, uma vez que o carboidrato necessita de menos oxigênio para produzir energia - embora não seja tão eficaz quanto a própria gordura. Através dos estudos, os médicos descobriram que os corações das cobaias doentes e que eram alimentadas com poucas gorduras absorviam a glicose do sangue da mesma forma e em quantidades semelhantes às de um coração saudável. 

Até hoje, acreditava-se que todos os tipos de gordura danificariam e entupiriam o tecido humano, o que intoxicaria o coração, levando a uma piora no quadro clínico de quem já havia sofrido um ataque cardíaco. Mas os resultados das cobaias alimentadas com gorduras mostraram o contrário: elas apresentaram resistência à insulina, tendo que passar a usar a gordura para produzir energia, o que acabou sendo benéfico para sua saúde. 

A explicação para o fato, segundo a doutora Chandler, é que, por causa do quadro semelhante ao de diabetes, o coração se vê forçado a usar a gordura para produzir mais energia. 

Manipulando o metabolismo, os pesquisadores conseguem manter as funções do coração nos níveis mais próximos do normal possível. “Nós queremos fazer com que o coração funcione tão efetiva e eficientemente quanto possível, não importando o tipo de dano que tenha sofrido”, afirmou Chandler. 

O estudo foi publicado nesta quarta na revista especializada American Journal of Physiology-Heart and Circulatory Physiology e foi financiada pela Associação Americana do Coração.



Fonte: Revista Epoca

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