1 de maio de 2011

Influência da Fisioterapia respiratória na PIC em pacientes com TCE grave



Os pacientes com traumatismo craniencefálico (TCE) grave, com escala de coma de Glasgow igual ou menor que 8, são geralmente submetidos à monitorização da pressão intracraniana (PIC), e da pressão arterial média (PAM) e tratados de acordo com um protocolo rígido de assistência, que inclui sedação, elevação de cabeceira do leito, ventilação mecânica otimizada, fisioterapia respiratória e motora, entre outras. A aplicação das manobras cinéticas de fisioterapia respiratória promove aumento momentâneo da pressão intratorácica, diminuindo o retorno venoso cerebral e elevando a PIC nesses pacientes.

Sabe-se que as alterações da PIC influenciam diretamente a pressão de perfusão cerebral (PPC), que é calculada como diferença entre a PAM e a PIC. Portanto, aumentos da PIC poderiam acarretar diminuição da PPC, se não houver aumento concomitante da PAM. Existem poucos estudos na literatura avaliando a interação da fisioterapia respiratória com a hemodinâmica cerebral no TCE grave.

Por esse motivo venho aqui discutir com voce, caro leitor, a influencia da Fisioterapia nestes casos, então vamos em frente.


As manobras de fisioterapia respiratória aplicadas sobre a caixa torácica dos pacientes aumentam a pressão intratorácica, com queda do retorno venoso para o coração e diminuição da PAM. 


Comprometem também o retorno venoso cerebral, o que acarreta aumento da PIC. Sabendo que a PPC depende do gradiente de PAM e PIC, e que com as manobras fisioterápicas pode ocorrer simultaneamente a queda da PAM e aumento da PIC.


A pressão intratorácica (PIT) relaciona-se diretamente com a pressão alveolar, que é notadamente alterada pelas compressões torácicas durante as manobras fisioterápicas.


O aumento da PIT poderia ser prejudicial para o retorno venoso cerebral, pois leva a um incremento da pressão no ventrículo direito e grandes vasos, incluindo a veia cava superior. As manipulações do paciente, como a mudança de decúbito, massoterapia de alívio, banho e curativos, podem causar o aumento da PIC.


A aspiração endotraqueal altera a PIC, com recuperação rápida um minuto após o término do procedimento. As manobras fisioterápicas não afetaram de modo clinicamente significativo a PPC em pacientes com TCE grave, com valores da PIC até 30 mmHg. Dessa forma, manobras de fisioterapia respiratória podem ser usadas com segurança em pacientes portadores de TCE grave, com PIC menor que 30 mmHg. Certo cuidado deve ser tomado durante a aspiração endotraqueal, sendo ela feita por tempo curto e somente quando necessário.


Fonte: Scielo (Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.63 no.1 São Paulo Mar. 2005)

1 comentários:

Horleans disse...

Dr Marcus sou Horleans do blog Fisioterapia Atual,e estou procurando pessoas qualificadas para postar no blog pois o lema do blog é conteúdo descomplicado e atualizado e vc entrar perfeitamente neste perfil, então se vc estiver interessado por favor entre em contato comigo.
obrigado

e parabéns pelo seu blog execelente

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